ANÁLISE

Hollow Knight: Silksong chega como uma continuação que expande praticamente todos os aspectos de seu antecessor. O mundo é maior, mais detalhado e cheio de possibilidades, mas esse crescimento também traz alguns pontos de atrito que merecem ser destacados.

Desde o início, é impossível não notar o capricho da Team Cherry. O novo reino é vasto, deslumbrante e desenhado com cuidado em cada camada de cenário, reforçando a atmosfera sombria e mágica. Os encontros com personagens e inimigos, aliados ou chefes, são memoráveis, e o estilo visual permanece impecável. As batalhas contra os chefes, em especial, são momentos eletrizantes, com ritmo frenético e exigência de reflexos rápidos, sempre colocando o jogador à prova.

A narrativa acompanha Hornet, que parte em uma jornada por Fiarlongo em busca de respostas sobre forças misteriosas que ameaçam aquele reino. A trama é conduzida por encontros com personagens marcantes, diálogos carregados de simbolismo e descobertas que surgem no ritmo da exploração. É uma história que se revela aos poucos, sem pressa, convidando o jogador a montar o quebra-cabeça do enredo enquanto mergulha no universo do jogo.

Hornet se destaca como protagonista. Sua mobilidade, baseada em acrobacias rápidas, movimentos diagonais e habilidade de escalar bordas, faz dela muito mais do que uma simples variação do cavaleiro. Ela tem personalidade, voz e atitudes que reforçam sua força como heroína. O sistema de Brasões, que substitui os antigos charms, também é um ponto positivo: a possibilidade de personalizar ataques e estilo de jogo traz frescor à experiência.

O mundo de Fiarlongo é um espetáculo à parte. A vastidão impressiona, oferecendo segredos, passagens escondidas e áreas inteiras que podem passar despercebidas caso o jogador não explore com atenção. Essa estrutura estimula a descoberta coletiva: amigos trocando dicas, compartilhando caminhos secretos e comentando sobre chefes opcionais ou itens escondidos. A sensação de estar explorando algo vivo e cheio de mistérios é um dos pontos mais marcantes da jornada.

Ainda que algumas áreas ofereçam recompensas mais simbólicas do que práticas, a exploração raramente deixa de ser satisfatória. O simples ato de encontrar um caminho alternativo ou superar um desafio complexo já traz um sentimento de conquista que vale por si só. A grandiosidade pode causar a sensação de um ritmo mais lento em certos trechos, mas é justamente essa dimensão que dá ao jogo um caráter épico.

Nota 8.5/ 10

No fim, Silksong é encantador, desafiador e sofisticado, sem perder a identidade que tornou a série um marco. Ele fascina pela atmosfera, pelo combate intenso e pelo cuidado em cada detalhe visual e narrativo.

Hollow Knight: Silksong é uma obra grandiosa, que mantém a força de seu antecessor e constrói algo ainda mais memorável.